SKU:
Cresta da EN - Escola Naval - Marinha
Cresta da EN - Escola Naval - Marinha
Não foi possível carregar a disponibilidade de recolha
Cresta em bronze sobre base de madeira de 2 cm.
Dimensões: 27 x 17 cm
História da Escola Naval
Artigo surplus, vendido conforme condições apresentadas.
A formação de pessoal, capaz de conduzir navios em alto mar, teve nos tempos mais recuados da Idade Média e princípio da Idade Moderna, um caráter essencialmente prático, regulado pelas normas das corporações, que aceitavam um aprendiz e o preparavam a pouco e pouco, para o exercício do ofício respetivo.
Não havia uma escola própria, onde se ministravam os conhecimentos adequados, sendo mesmo a mítica "Escola de Sagres", mais uma ideia e uma política, do que uma realidade física, tal como hoje a entendemos.
É facto, que no período mais ativo dos descobrimentos Henriquinos entre 1434 e a morte do infante D. Henrique em 1460, muitos homens do mar circulavam por Lagos, sendo notório que cartógrafos e astrónomos apoiavam o projeto do Infante; contudo, a formação do pessoal embarcado continuava a basear-se numa transmissão de conhecimentos fechada e, sobretudo, efetuada no mar.
Com o alargar do âmbito das viagens portuguesas aumentaram também as necessidades de saber e de conhecer dos seus pilotos. A exploração do Atlântico e do Índico obrigou à criação de uma escola específica, para formar e preparar os navegadores das diferentes carreiras e rotas, em que circulavam os navios portugueses.
Em 1559, sob os auspícios de Pedro Nunes, foi criada a "AULA DO COSMÓGRAFO MOR". As suas lições obedeciam a um programa que constava de um "Regimento" próprio. Contudo, a verdade é que a formação tradicional nunca viria a ser abandonada, e os pilotos, apresentavam-se a exame mais com o seu curriculum de viagens do que com a matemática e astronomia ensinadas pelo cosmógrafo. No entanto, a "AULA DO COSMÓGRAFO MOR" formou pilotos e outros oficiais de bordo, intensificando a sua ação no século XVII, podendo hoje em dia dizer-se que é ela a origem da ESCOLA NAVAL.
O sonho de Pedro Nunes de formar pilotos com aprofundados conhecimentos científicos, só viria a realizar-se no século XVIII, com a concretização do conceito de um Oficial de Marinha formado e treinado numa escola específica, versado em matemática, física, astronomia, geografia e, naturalmente, em navegação.
Na onda deste conceito, finalmente generalizado a toda a Europa, Portugal criou as primeiras organizações com este fim em 1761, localizadas em Lisboa e Porto, com fontes de financiamento que incluíam as Associações de Comerciantes. Em 1779, foi criada em Lisboa e na dependência da Secretaria da Marinha, a ACADEMIA REAL DA MARINHA, instituição de ensino teórico que se destinou a preparar os oficiais da Marinha de Guerra, da Marinha Mercante e os Engenheiros do Exército.
Esta Academia funcionou até 1837, dando lugar ao Colégio dos Nobres, e posteriormente, à atual Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Em 1782 foi finalmente criada a ACADEMIA REAL DOS GUARDAS MARINHAS, instituição que, recebendo os alunos da Academia Real da Marinha, por mérito excecional escolar ou diretamente por "mérito" de nobreza, se destinou a formar os oficiais da Marinha Real. A Academia foi instalada no Terreiro do Paço (Sala do Risco) e apadrinhada pela Rainha D. Maria I.
Em 1807, devido à invasão francesa, a Academia Real dos Guardas-Marinhas embarcou para o Brasil, juntamente com o Rei, a Corte e o Governo de Portugal. Instalada no Rio de Janeiro, ali funcionou de 1808 a 1822. Após a declaração de independência do Brasil, a Academia dividiu-se em duas, a Portuguesa e a Brasileira, de acordo com as opções de nacionalidade então tomadas. A Academia Real Brasileira, daria origem séculos mais tarde, à ESCOLA NAVAL do Brasil. A Academia Real Portuguesa regressou a Lisboa onde reiniciou o seu funcionamento em 1825.
Em 1845, por Decreto Real de D. Maria II, a Academia Real dos Guardas Marinhas passou a designar-se por ESCOLA NAVAL, passando a formar também, os oficiais da Marinha Mercante. A sua sede continuou no Terreiro do Paço até 1936, data em que, por virtude de um incêndio na Sala do Risco, a Escola migrou para as instalações para isso construídas no Alfeite, onde se mantém até aos dias de hoje.
Entretanto, e até aos nossos dias, diversas reformas foram adaptadas pela Escola, no sentido de a tornar conforme aos diferentes contextos da Marinha e do País; sendo exemplos a separação das formações dos oficiais de Marinha e Engenheiros Maquinistas Navais em 1868, a criação dos Cursos de Administração Naval em 1887; de Fuzileiros em 1985; de Armas e Eletrónica em 1987; a extinção do curso de Engenheiros Maquinistas Navais, dando lugar ao curso de Engenheiros Navais dos Ramos de Mecânica e de Armas e Eletrónica em 1990; bem como, a criação do curso de Médicos Navais, da responsabilidade da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, mediante protocolo celebrado com a Escola Naval em 1999.
Ao longo desta evolução, os cursos da Escola Naval, foram sendo reformulados de acordo com a organização e requisitos dos cursos das Universidades civis, passando a conferir graus académicos idênticos a estas, como por exemplo o grau de Mestre.
Envie o link deste artigo ao seu amigo. Ele vai ficar grato!...

